Thursday, February 15, 2007

A Maçã


A austeridade vertical de suas linhas oculta o que sua vermelhidão pungente tende a transparecer. Toda maçã contém um veneno; veneno esse que nos faz arquejar, crestar interiormente; nos faz famintos e sedentos por doses e doses...
Um veneno que se chama Novidade; peçonha cancerígena que consome todo o organismo, que então passa a viver em função do frescor de seu sumo. As curvas do Stradivarius se manifestam em sua forma quase singular; quase feminina, aproxima-se a um coração latejante.
Quanto mais forte a pulsação, mais lancinante é o desejo por Novidade (ainda que se saiba que é uma velha novidade).
E assim, no alge de sua galhardia, ela parece dizer...
La nouveauté... que c'est vieile la nouveauté

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

5 comments:

Isa Dora said...

Rick, eu gostaria muito de poder te escrever belas palavras, mas eu não sei...

Fico então com o:

vc escreve muito bem, e eu seiq sí vai melhorar.
Grande beijo.

:)

Isa Dora said...

Corrigindo...

"sei que só vai melhorar..."

Anonymous said...

Gostei muito porquê deu uma pequena variada na temática. Curto, sublime e perfeito, mais uma vez. Mais uma prova de que nasceu para ser poeta, pois não me enxergo escrevendo algo assim sobre uma maçã e enxengando tantas coisas e fazendo tantas comparações e metáforas perfeitas. Um artista não consegue fracassar: já é um sucesso ser um. Arte é bem isso que você faz, partir do familiar em direção ao infinito e oculto. Não posso falar nada além disso pois agiria como um homem sem pernas ensinando a correr.

Anonymous said...

sobre o comentario de carlos sem pernas?!?!?!?!?! tsc tsc tsc! d jeito nenhum meu caro....ao poeta meus parabéns!

Anonymous said...

aah! gostei mto tbm! esse tbm eh de sua autoria?